O que é diarreia?
A diarreia é caracterizada pelo aumento repentino do número de evacuações, geralmente apresentando fezes líquidas ou pastosas. Esse quadro pode ser classificado em diarreia aguda, que dura alguns dias, ou diarreia crônica, que pode se estender por semanas ou meses, dependendo da causa subjacente. Em termos médicos, considera-se diarreia quando ocorrem **três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas**. Embora a diarreia seja comum e, na maioria das vezes, autolimitada, pode levar a complicações sérias, como a **desidratação**, especialmente em crianças, idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
Quais são as principais causas da diarreia?
A diarreia pode ter diversas origens, sendo classificada nas seguintes categorias:
1. Causas Infecciosas
- Vírus: Rotavírus, Norovírus, Adenovírus.
- Bactérias: Salmonella, Escherichia coli, Shigella, Campylobacter.
- Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica.
Essas infecções são frequentemente adquiridas por meio de **água ou alimentos contaminados**.
2. Medicamentos
Alguns medicamentos podem irritar o trato gastrointestinal ou alterar a flora intestinal:
- Antibióticos (alteram o equilíbrio da microbiota)
- Laxantes
- Antiácidos com magnésio
- Quimioterápicos
3. **Doenças Intestinais
- Síndrome do intestino irritável (SII)
- Doença de Crohn
- Retocolite ulcerativa
- [Doença celíaca](https://venusanabol.com/artigos/doenca-auto-imune/)
- Intolerância à lactose ou frutose
4. Estresse Emocional e Ansiedade
Emoções intensas podem impactar o funcionamento intestinal, resultando em episódios de diarreia funcional, sem causa infecciosa ou inflamatória.
5. **Intoxicação Alimentar
O consumo de alimentos mal conservados ou vencidos pode causar diarreia aguda, frequentemente acompanhada de náuseas, vômitos e cólicas.
Quais são os sintomas da diarreia?
Além das fezes líquidas, a diarreia pode ser acompanhada por diversos sintomas, incluindo:
- Dor ou cólica abdominal
- Urgência evacuatória
- Inchaço e gases
- Náuseas e vômitos
- Febre (especialmente em infecções bacterianas)
- Perda de apetite
- Sinais de desidratação: boca seca, sede excessiva, urina escura, fraqueza
Em casos mais graves, podem ocorrer:
- Sangue ou muco nas fezes
- Febre alta persistente
- Perda rápida de peso
- Confusão mental(em idosos)
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Como tratar a diarreia?
O tratamento da diarreia depende da causa subjacente. As principais medidas incluem:
1. Reidratação
A prioridade em qualquer episódio de diarreia é a hidratação adequada:
- Soluções de reidratação oral (SRO), disponíveis em farmácias
- Água mineral
- Água de coco
- Caldos e sopas leves
É aconselhável evitar bebidas com cafeína, refrigerantes, álcool e sucos industrializados, pois podem agravar a condição.
2. Alimentação
Durante episódios agudos, recomenda-se:
- Dieta leve, incluindo arroz branco, banana, maçã sem casca, torradas e batata cozida
- Evitar alimentos gordurosos, frituras, laticínios, doces e alimentos condimentados temporariamente
- Manter refeições pequenas e frequentes
3. **Medicações
Os medicamentos variam conforme o tipo e a gravidade da diarreia:
- Antidiarreicos (uso sintomático):
- Loperamida (Imosec®, Diasec®) – reduz os movimentos intestinais. Contraindicado em infecções com febre ou sangue nas fezes.
- Racecadotrila (Avidec®, Hidrasec®) – inibe a hipersecreção intestinal sem reduzir os movimentos.
- Probióticos: auxiliam na recuperação da flora intestinal (ex: Floratil®, Lacteol Fort®, Enterogermina®).
- Antibióticos: somente para infecções bacterianas confirmadas, como salmonelose ou shigelose. A automedicação com antibióticos **não é recomendada**.
- Antiparasitários: em casos de giardíase ou amebíase.
Quando procurar um médico?
É crucial buscar avaliação médica nos seguintes casos:
- Diarreia com duração superior a 3 dias
- Presença de sangue ou pus nas fezes
- Diarreia associada à febre alta persistente
- Sinais de desidratação
- Crianças pequenas e bebês com diarreia (sempre devem ser avaliados)
- Idosos ou pessoas com doenças crônicas debilitantes
- Uso recente de antibióticos (risco de colite pseudomembranosa)
É necessário receita para comprar remédio para diarreia?
Nem todos os medicamentos para diarreia exigem receita médica. Exemplos:
Sem receita:
- Loperamida
- Probióticos
- Soluções de reidratação oral
- Racecadotrila (algumas marcas)
Com receita:
- Antibióticos (ciprofloxacino, metronidazol, azitromicina, entre outros)
- Antiparasitários (tinidazol, secnidazol)
- Medicamentos manipulados ou de uso hospitalar
A automedicação pode mascarar doenças graves; portanto, é ideal buscar orientação profissional, mesmo para medicamentos vendidos livremente.
Existem alternativas naturais?
Sim, algumas medidas e substâncias naturais podem ajudar no controle da diarreia leve:
- Chá de camomila: ação calmante intestinal
- Chá de goiabeira (folhas): tradicionalmente usado para reduzir diarreias
- Suco de maçã sem casca: ajuda a regular o intestino
- Água de arroz: rica em amido, auxilia na consistência das fezes
- Banana verde cozida ou biomassa: rica em amido resistente, favorece a recuperação intestinal
Essas alternativas devem ser usadas com cautela e **não substituem** o tratamento médico em casos moderados a graves.
Como prevenir a diarreia?
A prevenção da diarreia está principalmente relacionada à higiene e à alimentação segura:
- Lave sempre as mãos antes de comer e após usar o banheiro
- Higienize bem frutas, verduras e utensílios de cozinha
- Evite alimentos de procedência duvidosa ou mal conservados
- Evite o consumo de água não potável (em viagens, opte por água mineral ou fervida)
- Mantenha as vacinas em dia, especialmente a vacina contra rotavírus em bebês
- Ao usar antibióticos, associe probióticos para manter a flora intestinal equilibrada
Conclusão
A diarreia é um sintoma comum que pode ser causado por infecções, intolerâncias alimentares, medicamentos ou alterações no intestino. Embora muitas vezes desapareça espontaneamente, é vital estar atento aos sinais de gravidade, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
O tratamento deve priorizar a hidratação e, em alguns casos, incluir medicamentos específicos. Existem opções disponíveis tanto com quanto sem prescrição, mas sempre com a devida orientação profissional. O uso de alternativas naturais e cuidados com a higiene também são estratégias eficazes na prevenção e alívio dos sintomas.