
Dia Mundial Sem Tabaco: 35% ignoram risco do cigarro ao coração
Uma pesquisa recente realizada pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) revelou que 34,6% dos participantes não consideram o cigarro como um fator de risco para doenças cardíacas. Este alto percentual de desinformação é preocupante, já que dados do Ministério da Saúde indicam que 33 mil pessoas morrem anualmente no Brasil devido a problemas cardíacos relacionados ao tabagismo.
O estudo, que contou com a participação de 1.765 voluntários, sendo 43,4% homens e 56,6% mulheres, foi realizado em diversas cidades do estado de São Paulo. Entre os entrevistados, 15,6% eram fumantes, enquanto 18,2% afirmaram ter contato com a fumaça do cigarro por meio de terceiros, o que também representa um risco à saúde cardiovascular.
É fundamental entender que qualquer forma de tabaco é prejudicial à saúde, conforme ressalta a Organização Mundial da Saúde (OMS). As mortes relacionadas ao tabagismo são consideradas as mais evitáveis do mundo.
O cigarro, seja ele convencional ou eletrônico, impacta diretamente o sistema cardiovascular, aumentando o risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). A nicotina presente no cigarro é responsável pela dependência química e seus efeitos danosos no coração.
Além disso, não fumantes expostos à fumaça do cigarro têm um risco 30% maior de sofrer um infarto em comparação com aqueles que não convivem com fumantes. Os cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, também apresentam riscos, com níveis de nicotina que podem ser extremamente altos.
Em 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco, uma iniciativa da OMS para conscientizar sobre os malefícios do tabagismo. A Socesp também atua para alertar sobre os perigos do cigarro, utilizando suas plataformas digitais e o Congresso que ocorre em junho em São Paulo como meios de disseminação de informações.
O tratamento do tabagismo envolve esforço e ajuda profissional, uma vez que a dependência química causada pela nicotina pode trazer sintomas desagradáveis durante a abstinência. É fundamental buscar auxílio especializado para abandonar o tabagismo e adotar medidas preventivas para preservar a saúde cardiovascular.
*Jaqueline Scholz é cardiologista, especialista em tratamento do tabagismo e assessora científica da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo